sábado, 26 de dezembro de 2015

UM OLHAR DISTANTE: um encontro no tempo




Por MAGNO HOLANDA



     ...um olhar distante... um olhar profundamente dentro, penetrante. Amor amante dos olhos mais do que do corpo, embora este também poético, em suas curvas, detalhes.

    ... e deitado no sofá laranja, pela madruga, por volta mesmo das onze da noite, com uma calça branca e blusa amarela, listrada, cor sim, cornão, Mithiel colocou-se a pensar no encanto daquele olhar..., perspicaz. Ele não apenas olhava aquele olhar, mas o venerava e, quando ela sorria a vida se transformava, se encantava, um coração palpitava.

    Levantou-se então, dentro daquela casa simples, limpa..., sem poeira alguma..., indo em direção a cozinha,,, um gole de café e nada mais,,, nada mais havia ali, talvez amor, de um tempo ou atemporal.

   Olhava firmemente para aquela mesinha simples, pequena, de madeira dura, rústica e se identificava com aquilo tudo. Mithiel era envolvido pelo amor dos que amam, sem interesse...

   ... mas o olhar dela, não pertencia somente a ele, embora os lábios dissessem diferente. A cada esquina aquele olhar via um amante..., uma possibilidade de amar.................., sorrateiramente.

   Coitado do Mithiel, anjo, sem força, aprisionado por um olhar... ora angelical, ora infernal.... mas um olhar.

    ... outro caído, assim como Mithiel, levou-a. Se foi sem dizer para onde e sem dar-lhe explicação alguma, enquanto isso, o anjo cantava “chão de giz”, com uma harpa que roubara de Deus....

   ...Enquanto cantava, sua alma pegara um papel e começara a escrever:
"...até a tua ausência me deixou e fugiu juntamente com tua presença... deixando-me aqui nessa neutralidade existencial. Os cheiros de tuas lembranças, indefinidamente, ora boas ora ruins, estão no meu relógio de parede, no caminho antes trilhado em tua busca e na imaginação de teu lado bom me olhando desde teu espaço distante e eterno..., sonho ..., pesadelo de ter o que tive e que ainda tenho mesmo não tendo.".

   O amor do anjo não é um recorte, mas foi condenado, não se sabe por quem, a amá-la ao longe, porque a aproximação dela destrói o amor platônico de Mithiel..., que vive até os dias atuais na escuridão dos que amam sozinhos....



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