sábado, 17 de março de 2018

UM BREVE ENCONTRO!!!





Por MAGNO HOLANDA


     ... uma Rua calçada, um sol enlouquecedor de domingo à tarde e, Toni, assim como os amigos mais próximos chamavam o Antônio, subindo-a, à procura de uma árvore, mesmo que fosse pequena, mas não havia nenhuma ali, naquela Rua deserta de natureza. Parece que os moradores daquela Rua são inimigos ferrenhos da natureza. Pobres almas ignorantes!!! Eu via tudo isso aqui da janela de cima.
     ... mas como se diz que de todo o mal pode se extrair um bem, então posso dizer que isso aconteceu na vida de Toni, pois foi ali que ele viu, pela primeira vez, Magali. Sim, ela estava ali, acolá no portão, a conversar com Pedro, amigo de Toni. Achei que estavam num papo bem íntimo, mas não tenho muita certeza disso. Tentei sentir os sentimentos dela, mas não consegui.  Quando me voltei para Toni, ele olhava firmemente nos olhos dela, nos seios dela. Ela não olhou tão fixamente quanto ele, mas deu sim aquela olhada rápida e brilhosa.
Toni andava feito coruja, com a cabeça virada para trás. Ela olhou mais uma vez, mas ele não viu. Tentei dizê-lo, mas não pude, pois não estava lá. Estava apenas na janela aqui de cima.
     A partir deste encontro “por acaso”, Toni e Magali se esbarram com mais frequência. Possivelmente, anteriormente, eles passavam um pelo outro sem se perceberem. Um certo dia, ambos estavam no mesmo ônibus, mas só se perceberam na hora de descer, então ele segue para a direita e ela para a esquerda. Ele a olhando e ela com olhar fixo na direção que seguia, até que próximo à esquina de sua casa, ela virou rapidamente e deu uma breve olhadinha para ver Toni, coisa que não fazia nos esbarramentos anteriores em que ela dava a velha rabiçaca. Ela parecia ignorá-lo, mas alguns gestos o animava. Ele não a amava, mas sentia uma atração física e espiritual.
     Certo dia, Toni estava ao portão de sua casa, conversando comigo, mas sem ver-me, e de repente viu-a passando em frente a sua casa, coisa que nunca acontecera antes. Na verdade, ela auxiliava a vizinha, pois era enfermeira, mas ele nunca a havia viso por lá.
     Eu sei disso. Ela, morena, linda, sorriso de menina com seus cabelos pretos, olhar grande de mulher, brilhante, vestida de jeans, blusa branca e sandália dourada, dá um leve sorriso. Aquele sorriso foi o início de uma pequena, mas linda história. Toni era muito tímido, mas com arranques de coragem.  Imediatamente, com o coração na mão, falou com ela oferecendo-lhe água. Ela sorriu mais uma vez e disse: “Moro aqui próximo, obrigada”.
Toni não desistiu...:
- Mas a minha água é a melhor da região, nem mesmo na sua divina casa tem água tão boa assim.
 - Não acredito!
- Então prove e dê sua opinião.
     Percebi que as energias deles já se entrelaçavam. Eles não viram como eu as vi, mas em algum lugar dentro das mentes deles, tinham certeza do entrelaçamento dessas energias espirituais e carnais que só os olhos sabem explicar bem.
- Tudo bem, mas só um copo, disse ela.
-Entre, por favor!
- Não, não posso. Bebo aqui fora mesmo.
- Por que não?
- Não, não acho certo!
- Você não vai tomar água no meio de rua, vai?
     Vi que seus olhos pulavam fora do corpo e sua pele suava, mas não era por causa do sol quente. Era um calor interno.
-Tudo bem, mas só um minutinho.
     Ela entrou pisando naquele chão seco de quintal repleto de mato, passou pela porta e sentou-se no sofá. Parecia bem tensa, medrosa, confusa. Não sei se o Toni percebeu isso, mas acho que sim.
     Toni, sem camisa e suado, entregou-lhe a água que ele bebeu vagarosamente como quem queria que aquela água nunca acabasse, parecia que estava tomando um litro. Eles conversavam sobre a vida de ambos. Toni não conseguia para de olhar e desejar os lábios dela e, ela quase sempre de vista baixa, tímida, dava pequena e rápidas olhada para o peito de Toni, que pegou as mãos dela e elogiou seu cheiro.
- Obrigada!
Sorriu lindamente!
     Ele cheira uma, duas, três vezes seu lindo e sensual pescoço. Ela o abraça colocando seus braços sobre os ombros dele, mas precisamente um pouco atrás de seu pescoço.
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     Ambos se conectavam e misturavam o seu suor. Tornaram-se uma só carne! Com gemidos e sorrisos. Depois um banho e uma bela taça de vinho. Eles voltaram a se reencontrar diversas vezes. Ele conheceu sua mãe e irmão e pai até. Eu vi tudo. Coisa de gente fofoqueira. Mas lamentável que devido aos descuidos de Toni, ela resolveu não o namorar mais. Cara inconstante, hein? Dei todo o juízo a ela.
     Toni ainda tentou diversas vezes retornar com ela, mas Magali foi firme e determinada com em tudo que fazia e não voltou atrás. Até vi quando ele a beijou a força, mas ela foi firme: “Agora, que não quer mais sou eu e serei sempre sua amiga com muito carinho”.
      Coitado do Toni, ficou todo sem jeito, sem chão, quase louco. Percebeu que no sexo tivera se apaixonado por ela. Até propôs filho, mas não teve jeito. Ela estava irredutível.
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............................ meses depos...........................................................,
Magali encontrou um amor, casaram-se para tristeza de Toni. Havia uma sentimento diferente entre ambos, pois eu percebia que quando ambos se encontravam, os olhares estavam emocionados, alegres por ver o outro. Mas estes olhares nunca mais se juntaram novamente. Ela sumiu no tempo...........................................................................!!!
     Certo dia, eu e Toni íamos dialogando, quando um carro preto, misterioso, começou a seguir Toni. Eles não me viam, mas eu os via. Era um homem jovem e uma senhora jovem, mas com aspectos sofridos, olhos fundos, avermelhados. O carro parou em frente a Toni, barrando-o. pensei que aquele fosse o momento dele. Queria interferir, mas talvez não fosse correto. Era ela, a mãe de Magali, anunciando a morte dela há dias. Ele, ficou chocado. Senti a pressão do coração dele. Em silêncio. Desde então, Toni, fala com ela todos os dias. Posso dizer uma coisa: ela não está aqui nesse meu universo e não sei se ele a vê ou vice- versa. Mas em sua ficção imaginária, ele pensa vê-la diariamente....................................

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