Por MAGNO
HOLANDA
Em uma
linda noite de luar cristão, onde muitos falavam suas alegrias e outros suas
tristezas, de repente, aparece diante de mim aquela que tanto me encantou um
dia. Não apenas eu fui ao seu encontro preso por um olhar simples, mas também
outro jovem que já a amava ferozmente, sem ser correspondido.
Aquele
momento pra mim foi sem igual, pois ela mexeu comigo, flertou comigo, mas de
repente, do nada, cai uma tempestade que trouxe consigo destruição daquele
momento de olhares. Fui seguindo-a de longe e vi quando escorregou e foi
arrastada pelas águas. Quando então fui para socorrê-la..., socorrer-me, ela me
rejeita e a principio não aceita a minha ajuda. Apenas disse que não queria que
a perseguisse e que estava apenas um pouco machucada, mas, bem.
Observo
adiante e vejo que, em meio àquela tempestade escura e confusa, está ao longe
nos observando e buzinando altamente um motoqueiro de preto. Em meio às ruas tempestuosas
e escuras, mesmo contra sua vontade, tomei o anjo feminino em meus braços,
deixando para trás aquele jovem que a amava. Enquanto isso o motoqueiro
sumia...
E fui indo
e andando e encantando-me e assombrando-me. Desci com a menina Ramada por meio
daquelas águas, e meus pensamentos era assim
como o Espírito de Deus que pairava sobre as águas. Sim, estava tão encantado,
com os olhos, com as nádegas, com a fervura dos desejos que não conseguia ver
as dificuldades daquela tentativa de relacionamento, apenas sentia a emoção de
estar ao lado dela.
Chegando ao
fim daquelas ruas escuras, vi que o motoqueiro estava lá ao longe nos olhando e
quando me voltei para o anjo da Ramadinha, ela já não estava comigo, deixara-me
a falar só. Prosseguia sua jornada. Fui andando na sua direção, persistente,
teimoso, enfeitiçado como o outro, tentando alcançá-la, mas sem perceber gesto
que me correspondesse, não quis obedecer às ordens de um cérebro dominado pelo encanto
de mulher. Parei e consegui perceber que aquele motoqueiro, em momento algum
havia nos deixado sós.
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Houve um
momento em que aquilo me cansou, pois já não sentia nenhuma correspondência de
olhar. Fi apenas um flerte dela. Depois de anos soube que ela entrou por
caminhos escuros que eu jamais iria andar. Apenas olhei com tristeza. Soube que
o motoqueiro, amante, continuou a segui-la por todos os seus caminhos e ambos
sumiam na imensidão do tempo.
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